terça-feira, 8 de dezembro de 2009

A espera

Ficou sentado ao lado do telefone, de cigarro na boca e copo de café. Tinha em mente frases de efeito, chantagens emocionais... Só não tinha espontaneidade para ser sincero como devem ser os amantes. Respirava demais, pensava demais, era um excesso.
O telefone tocou:
- Alô!
- Boa noite, cara. Aqui é o Rubens.
- O que você quer? To esperando um telefonema.
- Quero sua ajuda, poeta. Diz aí um sinônimo pra sexo. To escrevendo um poema pra uma garota.
- Anota aí.
- Pode falar.
- FODA!
E desligou o telefone.
O cigarro, o café e as esperanças se foram com a noite. Quem ele esperava não ligou.

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